sábado, 7 de maio de 2016

JACAREÍ, 07 DE MAIO DE 2016-MENSAGEM DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO



JACAREÍ, 07 DE MAIO DE 2016
513ª AULA DA ESCOLA DE SANTIDADE E AMOR DE NOSSA SENHORA
MENSAGEM DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

(Jesus): “Meus amados filhos, hoje, quando vós comemorais o Aniversário da Minha Primeira Mensagem ao Meu filhinho Marcos Aqui no ano de 1994, Eu venho para novamente dizer: O Meu Amor não é amado, o Meu Coração não é amado.
Eu, o próprio Amor não Sou amado pelas Minhas criaturas. E mesmo tendo passado tantos anos da Primeira Mensagem que Eu dei Aqui, até hoje Ela não foi obedecida nem correspondida por vós.
O Meu Amor foi decepcionado por vós! O Meu Amor foi decepcionado por vós porque vós continuais surdos, cegos, duros de coração e vos recusais a ouvir as palavras que desde então Eu vos tenho dito Aqui nestas Aparições.
O Meu Amor foi decepcionado por todos aqueles que passaram por Aqui, mas não corresponderam ao Meu Amor, não corresponderam ao Amor da Minha Mãe, não souberam Nos preferir a todas as outras coisas, a todas as outras criaturas. Não souberam Nos colocar em primeiro lugar nas suas vidas e viver de amor por Nós, viver unicamente para Nos agradar, Nos darem glória, Nos consolar, Nos amar e Nos tornar amados.
O Meu Amor foi decepcionado por todos aqueles que ouviram as Palavras que ao longo de todos esses anos Aqui Eu proferi. Mas essas Palavras bateram em ouvidos duros, em corações duros que não quiseram ouvir a Minha voz, que não quiseram ouvir a voz da Minha Mãe Santíssima.
Por isso, hoje mais do que nunca o Meu Coração, o Meu Amor encontra-se decepcionado com essa geração má e perversa, preguiçosa e amadora unicamente de si mesma, de sua vontade e de sua carne. Que se recusa ainda hoje a ouvir aquilo que o Amor vem desde o alto do Céu até Aqui para dizer.
Ofereço uma recompensa eterna sem limites e incomparável e ainda assim quão poucos são aqueles que se dispõe a buscar os Meus Tesouros colocando, entretanto todo o seu empenho e esforço na busca dos tesouros deste mundo que a traça rói, que os demônios roubam e que antes mesmo que chegue a morte já estão findados.
Não há ninguém que Me procure com um coração reto, puro e cheio do verdadeiro amor. Quantos rezam até a Mim e à Minha Mãe, mas com a intenção errada, rezam para se comprazerem em si mesmos para satisfazerem o seu “eu” para buscarem a realização das suas vontades ou rezam friamente e sem amor. Quantos são como os fariseus, muito belos por fora, mas bem podres por dentro, porque não tem o verdadeiro amor.
O Meu Amor encontra-se decepcionado, porque em toda a parte Eu procuro o verdadeiro amor, mas como são raras as almas nas quais Eu o encontro verdadeiramente. Que ao menos Aqui existam almas de verdadeiro e puro amor completamente mortas para si mesmas, para a sua vontade, para a sua carne e para o mundo, para consolar a Minha Mãe, para consolar o Meu Coração e para finalmente dar ao Meu Coração a alegria de ver-Me amado pelas Minhas criaturas.
Este lugar, esta cidade escolhida desde a criação do mundo para ser visitada por Mim e por Minha Mãe é o Trono das Minhas Graças. E na Minha Primeira Mensagem Eu disse que tinha vindo para terminar aquilo que Minha Mãe tinha começado.
Eu verdadeiramente cumpri o que disse e ainda mais cumprirei levando Minha obra Aqui à Sua perfeita vitória sobre todos os Meus inimigos. E verdadeiramente o amor do Meu Pai que Me enviou com a Minha Mãe Aqui em Jacareí resplandecerá e este Amor salvará a face da Terra inteira.
Marcos, naquela primeira Mensagem que te dei no distante dia de 7 de maio de 1994 disse-te o quanto Eu te amava, disse-te o quanto Eu te queria, disse-te o quanto eras o predileto do Meu Coração.
Meu filho predileto, Meu servo obediente e fiel perseveraste no Meu Amor durante todos estes anos. Foste fiel àquela Mensagem que Eu te dei naquela noite e por isso foste considerado muito digno por Mim de todas as outras graças que te dei, de todos os outros favores que te dei após aquele dia. Inclusive, foste considerado digno por Mim de receber diretamente do Céu a Medalha do Meu Pai Adotivo José.
Sim, Tu és o único que a tens porque foste considerado digno desta tão grande graça que não dei e não darei a ninguém mais no mundo além de ti.
Foste digno do grande sinal do Sol dos dias 7 de setembro e 7 de novembro daquele ano de 1994 que Me pediste e Eu te dei. Este sinal que os fariseus Me pediram há dois mil anos atrás para que acreditassem em Mim e Eu neguei porque eles não eram dignos. A ti Eu não neguei porque te considerei digno pelo teu grande e imenso amor por Mim e por Minha Mãe.
Digo-te filho: Foste digno de maravilhas, mas mais digno de graças maiores ainda serás, fica no Meu Coração para que o Meu Coração fique no teu. Permanece bem unido a Mim como o galho na videira, para que a Minha seiva divina flua na tua alma inundando-a cada vez mais das graças do Meu Divino Coração para transbordá-las neste deserto deste mundo que não ama mais nada nem ninguém. E por isso destrói-se, aniquila-se a si mesmo e condena-se a si mesmo a uma existência infeliz nesta e na outra vida.
Através de ti Eu farei o deserto reverdecer e se transformar jardim de rosas místicas de amor, bondade, santidade, amor a Deus no mundo inteiro.
Vem Meu pombinho, pérola preciosa do Meu Coração, predileto dos Meus prediletos. Vem, vem sempre beber à Fonte do Meu Coração e descansa Nele que é teu lar, teu refúgio e tua morada como naquela noite Eu te prometi.
Crê em Mim! Tu triunfarás Comigo e com a Minha Mãe como naquela noite Eu te prometi e os Nossos inimigos estarão no Nosso Triunfo em escabelo de Nossos pés. Permanece firme no Meu Amor e nada tema filhos Meu, porque és meu, és precioso para Mim e dentre bilhões Eu amei a ti mais que aos outros, te escolhi, te elegi te confirmei: És Meu agora e para sempre. Tu te deste a Mim com todo o teu ser, com todo o teu coração e todo teu amor. E Eu também, por isso, Me dei e Me dou de novo a ti com todo o Meu Coração, com todo o Meu Amor também.
Continuai a rezar o Rosário da Minha Mãe todos os dias, porque através do Rosário da Minha Mãe sempre mais Me dais glória, amor, louvor e cada vez mais vos unis com o Meu Divino Coração.

A todos Eu abençoo com Amor de La Salette, de Kerizinen e de Jacareí.”



RÁDIO MENSAGEIRA DA PAZ

domingo, 1 de maio de 2016

JACAREÍ, 1º DE MAIO DE 2016-MENSAGEM DE NOSSA SENHORA



JACAREÍ, 1º DE MAIO DE 2016
512ª AULA DA ESCOLA DE SANTIDADE E AMOR DE NOSSA SENHORA
MENSAGEM DE NOSSA SENHORA

(Maria Santíssima): “Meus queridos filhos, hoje novamente venho convidá-los ao amor. Aquilo que Eu disse ontem com a Minha filhinha Luzia Aqui, repito-o hoje. Rezem todos os dias e durante todo o dia este pequeno Ato de Amor: Jesus, Maria, José eu vos amo salvai almas!
Que aliás o Meu filhinho Marcos já ensinou vocês a rezarem há muitos anos. Este pequeno Ato de Amor repetido incessantemente o dia todo abrasará os corações de vocês com a Minha Chama de Amor. E dará aos corações de vocês o desejo de amar mais a Deus, de Me amar mais, de amar mais a José e também de amar mais as almas, e trabalhar e lutar pela salvação delas como tantos Santos fizeram e como também o Meu filhinho Marcos tem feito Aqui há mais de 25 anos.
Sim, a Chama de Amor que ele tem por Mim, pelo Meu Rosário e que o levou a fazer tantos Rosários Meditados para Mim, divulga-los e fazer com que tantas milhares de pessoas rezassem outras tantas milhares de vezes o Rosário Meditado. Esta Chama de Amor fui Eu que dei a ele, mas essa chama foi aumentada por ele pelos Atos contínuos de Amor que ele fez ao longo de todos esses anos.
Sim, João Batista foi qualificado de voz que clama no deserto e Eu te qualifico Marcos, qualifico o Meu filho Marcos de Ato incessante de Amor e também Chama incessante de Amor.
Aos Meus filhos estou disposta a dar Minha chama de Amor, mas ela só crescerá nos corações daqueles que como o Meu filhinho Marcos a fizerem crescer por muitos atos de amor, sacrifício, renúncia à própria vontade, renuncia ao sono, ao descanso e até à comida para se doar e se sacrificar mais por Mim.
Somente assim a Minha chama de Amor crescerá nos corações de vocês como foi no coração do Meu filho Domingos de Gusmão, o qual já foi dotado de uma grande graça, de uma grande virtude e de uma grande Chama de amor Minha ao nascer. Mas que transformou essa Chama em verdadeiro incêndio incontrolável pelo exercício das Virtudes, pelo esforço dele e por suas orações.
Então, Meus filhos, rezem o Ato de Amor incessante o dia todo fazendo a oração mental, mesmo nos trabalhos, mesmo na correria do vosso dia, do dia de vocês. E a Minha chama de Amor crescerá nos seus corações dando-lhes o desejo de amarem, desagravarem e repararem a Deus nesses tempos de ódio a Ele, à Fé Católica e a Mim.
Nesses tempos de desprezo ao Meu Rosário e a todas as Orações Santas que Eu lhes dei, o Ato incessante de Amor fará com que os seus corações se transformem em fornalhas ardentes de amor pelo Rosário. E levará vocês verdadeiramente a abrasar todos os corações que vocês encontrarem de amor pelo Meu Rosário, pelas Minhas Orações e por Mim. E então, a Minha Chama de Amor destruirá a chama do demônio, que é a chama do desprezo ao Meu Rosário, aos Meus Terços, às orações que Eu lhes dei, a Mim mesma e a Deus.
Então, será o Triunfo do Meu Coração Imaculado e a Minha vitória definitiva finalmente acontecerá e a promessa que Eu fiz ao Meu bem aventurado filho Alano de La Roche finalmente se cumprirá: Um dia por meio do Meu Rosário o Meu Coração triunfará e o mundo será salvo!
A todos Eu abençoo com amor e peço: Continuem rezando o Meu Rosário todos os dias como o Meu filho Marcos lhes explicou, como o Meu filho Luiz de Montfort lhes explicou que ele deve ser rezado para ter méritos, merecimentos. E então, Eu prometo que derramarei sobre todos vocês a abundância das Minhas graças maternais.
A todos Eu abençoo de Fátima, de Pompéia e de Jacareí.”




quarta-feira, 1 de outubro de 2014

SÃO GABRIEL DA VIRGEM DOLOROSA


IMAGEM CONTENDO OS RESTOS MORTAIS DE SÃO GABRIEL DA VIRGEM DOLOROSA

São Gabriel da Virgem Dolorosa

                   VIDA DE SÃO GABRIEL DA VIRGEM DOLOROSA
A graciosa cidade italiana de Spoleto, na Perúgia, acordou radiante de alegria numa manhã da Oitava da Assunção de Maria, em 22 de agosto de 1856. Seus habitantes celebravam 
com
 júbilo a festa da Padroeira, agradecendo de modo especial o terem sido libertos da peste que devastara a região nos últimos anos.
Um belo quadro da Mãe de Deus, conhecido como a Madonna Del Duomo

Del Duomo - Nossa Senhora da Catedral - ou a Sacra Icona - Sagrada Imagem -, havia sido retirado de seu relicário para ser conduzido pelas ruas, em solene procissão. Era um ícone de estilo bizantino doado à cidade pelo imperador Frederico Barba-Ruiva, em 1155, como sinal de reconciliação e de paz.
Segundo a tradição, teria sido pintado por São Lucas e se conservara na Catedral de Constantinopla até a época das perseguições iconoclastas. Não havia, naquelas animadas ruas, quem não caísse de joelhos ao ver desfilar com grande pompa a milagrosa imagem da Rainha do Céu. Todos esperavam receber d'Ela uma graça almejada, um consolo, uma bênção particular.
"O que fazes no mundo? Não foste feito para ele!"
Entre a multidão dos fiéis, aguardando a passagem do venerado ícone, destacava-se, naquele dia, um jovem de porte distinto e jovial. Quando a Sagrada Imagem da Santíssima Virgem passou diante dele e seu olhar fitou os olhos arrebatadores da imagem, ouviu de modo claro em seu interior estas inesquecíveis palavras: "Francisco, o que fazes no mundo? Tu não foste feito para ele. Segue a tua vocação!".1
Nesse momento, dando livre curso a abundantes lágrimas de agradecimento e compunção, tomou a firme resolução que há tempo vinha postergando: ser religioso, decidindo entrar na Congregação dos Passionistas. "Oh! Em que abismo não teria certamente caído se Maria, benigna até para com aqueles que não A invocam, não tivesse acorrido misericordiosamente em meu auxílio naquela Oitava de sua Assunção!", exclamaria ele, algum tempo depois. Tal episódio comovedor foi o decisivo ponto de inflexão na vida curta, mas gloriosa, de um dos grandes santos do século XIX: São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, conhecido como "o santo dos jovens, dos milagres e do sorriso".
Vivaz, gentil e cheio de afeto
Nascido em 1º de março de 1838, em Assis, foi ele batizado no mesmo dia com o nome de Francisco, em honra ao Poverello. Undécimo filho de uma família de treze irmãos, seu pai, o advogado Sante Possenti, exercia na época o cargo de prefeito. A mãe, Angese Frisciotti, pertencia a uma família de nobre ascendência, e morreu quando ele tinha apenas quatro anos.
Apesar de possuir um coração propenso à generosidade e simpatia, imperava no espírito daquele terno menino um temperamento indômito que, quando contrariado, se exteriorizava inúmeras vezes em ímpetos de cólera, durante os quais seus olhos escuros tornavam-se brilhantes e os pés batiam no chão com energia.
Tendo ele três anos de idade, a família Possenti transferiu-se para Spoleto, onde transcorreriam sua infância e adolescência. Ali Francisco se distinguiu por seu caráter vivaz, cheio de afeto, gentil, palavra fácil e cheia de graça, voz sonora e olhar penetrante. Seu diretor espiritual, o padre Norberto Cassinelli assim o descreve: "Reunia em si muitos dotes dificilmente encontráveis numa só pessoa. Era em verdade belo de alma e de corpo".
"Eu não vivia senão por um pouco de fumaça!"
Esse temperamento amável e privilegiado não excluía o amor ao risco, tão comum na adolescência. O comandante da guarnição militar de Spoleto, grande amigo de seu pai, instruíra o jovenzinho a manejar com certeira pontaria a pistola e o fuzil. Sendo a caça seu lazer favorito, em um ano ganhou como presente de Natal uma bela escopeta... que não deixaria de ocasionar sobressaltos e preocupações a seu progenitor.
Aos 13 anos começou a frequentar a escola dos jesuítas, onde se sobressaía a todos os companheiros. Ele "era o preferido para declamar nas soirées acadêmicas. [...] Todos o queriam, tudo lhe sorria, tudo corria de acordo com seus desejos... Seu maior gosto era brilhar nas festas, nos saraus e no teatro".
Também o baile constituía para ele grande motivo de atração. Dançava com tal habilidade que se tornou conhecido pelo apelativo de "il ballerino", e como tal animava os mais cotados salões da cidade.
Esses momentos passados em frívolas distrações atormentaram depois sua consciência, levando-a a exclamar com frequência: "Ó, vaidade de meus passatempos!... Que cegueira a minha!... 
Eu
 não vivia senão por um pouco de fumaça!...".
Um cilício sob as roupas elegantes
Porém, o jovem Francisco professava no seu interior uma fé pura e sincera. "Nunca se aproximava dos Sacramentos sem deixar transparecer os profundos sentimentos de fé e de religioso respeito dos quais esjotava compenetrado" declarou um dos seus mais íntimos amigos da época. "Quantas vezes o vi de mãos juntas, olhos umedecidos pelas lágrimas e como que arrebatado em profundos pensamentos!".
Sobretudo, ninguém podia imaginar que aquele jovem aplaudido e aprovado por todos levava, sob as roupas elegantes e luxuosas, um rude cilício de couro cravejado de agudas pontas de ferro. No vaivém superficial dos acontecimentos, o anseio de trilhar algum dia na vida religiosa começava a despontar em sua alma. Faltavam, todavia, alguns lances decisivos para dar o derradeiro adeus ao mundo.
Árdua renúncia, feita com alegria
Após a morte da mãe, sua irmã mais velha, Maria Luísa, fora para ele um de seus principais esteios. Muito formosa, encontrava- -se ela na flor da idade quando irrompeu em Spoleto uma assoladora epidemia de cólera, da qual foi a primeira vítima... A morte da jovem, ocorrida no ano de 1855, causou em Francisco o impacto de um raio.
Disso se valeu a Providência para abrir-lhe os olhos sobre sua vocação. Logo após o falecimento, ele expôs a seu pai a resolução de ingressar num convento. Este, entretanto, recusou sua autorização, temendo que tal desejo fosse o fruto efêmero de um momento de dor. Receio, na aparência, confirmado, pois, com o correr do tempo, as atrações do mundo começaram a abafar de novo aquele anelo interior... "Podia eu" - escreveria depois Francisco a um de seus companheiros - "gozar de mais prazeres e diversões? E o que ficou de tudo aquilo? Nada mais do que vergonha, temores e turbações".
Foi nessa situação que veio dar-se o crucial encontro com a Sacra Icona, graças ao qual o renitente jovem decidiu abraçar para sempre a vida religiosa.
Poucos dias depois desse episódio, em 5 de setembro, a mais seleta sociedade de Spoleto reunia-se no salão de cerimônias do Liceu Jesuíta, para assistir à distribuição dos prêmios de fim de curso. Enquanto presidente da Academia Literária, Francisco ocupava no salão um lugar proeminente.
Chegada a hora de subir ao cenário, a assistência prorrompeu em exclamações de entusiasmo, vendo um adolescente de dezoito anos apresentar- se com tanta elegância e distinção. "Aquele timbre de voz, aquela sonoridade, aquela vocalização e, sobretudo, aquela graça de expressão e de gestos eletrizavam e sacudiam os corações mais apáticos". Terminado o discurso, todos desejavam felicitá-lo, aclamá-lo, cumprimentá-lo, e ele respondia com seu habitual sorriso.
A decisão, porém, estava tomada. No dia seguinte, ele partiria para uma mudança de vida definitiva. Com apenas 18 anos, trocava um brilhante porvir por uma vida de renúncia e recolhimento. Dava, sim, um passo árduo, mas com o coração pervadido de alegria.
Passionista para sempre
Na manhã seguinte, Francisco partiu feliz de Spoleto em direção a Loreto, onde passou alguns dias estreitando os laços de amor e devoção a Maria Santíssima, no célebre Santuário.
De lá, dirigiu-se a Morrovalle para dar início ao noviciado passionista. "Ele, o elegante bailarino, o brilhante animador dos salões de Spoleto, escolheu entrar no austero Instituto dos Passionistas, fundado em 1720 por São Paulo da Cruz, com a missão de anunciar, através da vida contemplativa e do apostolado, o amor de Deus revelado na Paixão de Cristo".
A mudança do nome para Gabriel de Nossa Senhora das Dores marcou a morte para a vida passada e o começo da caminhada nas vias da perfeição. Quando, em conversa com seus companheiros de convento, o assunto recaía sobre os acontecimentos do mundo, ele a interrompia com um sereno sorriso: "Por que falarmos daquilo que temos de abandonar para sempre? Deixem que os mortos enterrem seus mortos".
Não pensemos, entretanto, que a adaptação à austera vida religiosa foi fácil para aquele jovem de vida acomodada. Acostumado às comidas finas, "os insípidos alimentos do pobre convento passionista causavam-lhe uma repugnância invencível. Apesar dos protestos de sua natureza, insistia ele em comê-los, até que seus superiores, compadecidos, permitiram-lhe, temporariamente, algum alívio". O mesmo acontecia com outros aspectos de observância da disciplina, mas ele fazia questão de cumprir eximiamente os horários e obrigações do noviciado, por muito esforço que isso lhe custasse, dada sua delicada compleição.
Amor à Paixão de Cristo e a Maria Santíssima
       Durante sua vida de religioso, nele sobressaía, sem dúvida, um arraigado amor à Paixão do Senhor. Tal veneração sentia pelos sofrimentos de Jesus que nunca se separava do crucifixo: "Quando conversava, mantinha-o dissimuladamente na mão e o apertava com carinho; quando dormia, colocava-o sobre o peito; quando estudava, punha-o junto ao livro e, de vez em quando, o fitava e osculava com tanto afeto e fervor, que a imagem de metal foi-se gastando até ficarem apagados todos os traços da fisionomia".
A essa devoção característica da congregação em que ingressara, no entanto, unia-se um amor "entusiasta, engenhoso e aceso à Santíssima Virgem". Seu famoso Credo di Maria revela-nos o encanto dessa alma apaixonada pela Mãe de Deus:
"Creio, ó Maria, [...] que sois a Mãe de todos os homens. [...] Creio que não há outro nome, fora do nome de Jesus, tão transbordante de graça, esperança e suavidade para aqueles que o invocam. [...] Creio que quem se apoia em Vós não cairá em pecado, e quem Vos honra alcançará a vida eterna. [...] Creio que vossa beleza afugentava todo movimento de impureza e inspirava pensamentos castos".
Curta existência, pontilhada de atos heroicos
Na mente do noviço Gabriel, não havia espaço para nenhum outro pensamento a não ser Jesus e Maria. E sentia uma tão entranhada necessidade de levar às últimas consequências sua entrega a Deus e a Maria Santíssima que, certa vez, ao ouvir os passos de seu diretor espiritual, abriu a porta da cela e, arrojando-se a seus pés, lhe suplicou: "Padre, se achar em mim qualquer coisa, por pequena que seja, que não agrade a Deus, eu, com sua ajuda, quero arrancá-la a todo custo!".  O sacerdote respondeu-lhe que, no momento, nada via, contudo não deixaria de alertá-lo ao perceber algum sinal. Com essa garantia, o dócil religioso acalmou-se completamente.
 Reconhecendo na hora suprema sua fraqueza, o santo repetia:
"Meus méritos são as vossas chagas, Senhor!"

Sua curta existência foi pontilhada de atos admiráveis, pois tudo praticava com espírito de inteira elevação e sublimidade: "Nossa perfeição não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas em executar bem as ordinárias"costumava dizer.

O último sorriso
Após um ano e meio de noviciado, em fevereiro de 1858, Gabriel deu início aos estudos para o sacerdócio, passando a morar finalmente no convento de Isola del Gran Sasso, onde viria falecer. Em 25 de maio de 1861, recebeu as ordens menores na Catedral de Penne. Pelos arcanos desígnios da Providência, porém, não chegaria a tornar-se presbítero.
No final desse mesmo ano, uma terrível tuberculose o acometeu. Ora, longe de impedir-lhe o avanço nas vias da virtude, a fatal enfermidade servia-lhe para escalar com mais rapidez os píncaros da santidade. Deus dispôs que ele fosse sendo consumido aos poucos pela doença, para aumentar-lhe os méritos e dar aos outros ocasião de se edificarem com seu exemplo.
No leito de morte, restava-lhe ainda enfrentar o pior drama da sua vida: os derradeiros assaltos do demônio e a terrível provação decorrente de uma "noite escura da alma". Entretanto, também dessa última prova saiu vencedor. O sacerdote que lhe prestava assistência na hora suprema ouviu- o repetir três vezes, em curtos intervalos de tempo, esta frase de São Bernardo, pela qual ele reconhecia diante de Deus sua própria fraqueza: "Vulnera tua, merita mea. Meus méritos são vossas chagas, Senhor!".

Na manhã de 27 de fevereiro de 1862, com o coração transbordante de alegria, as mãos cruzadas sobre o peito, apertando o crucifixo e a imagem da Virgem Dolorosa, Gabriel sorriu pela última vez, extasiado, ao contemplar com os olhos da alma Aquela a quem servira na Terra com tanta doçura. O "santo do sorriso" tinha, então, apenas 24 anos de idade.

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